segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Governador colonial apupatdo em Cabinda

O governador da colónia angolana de Cabinda, Mawete João Batista, foi ostensivamente apupado no principal estádio local de futebol, Chiazi, por ocasião de um jogo particular entre Angola e os Camarões.

Quando o colonizador chegou à tribuna e acenou à assistência recebeu um apupo monumental, representativo do sentimento que o povo nutre por aqueles que teimam em retirar-lhe a sua histórica identidade.

Mawete João Batista foi nomeado governador da colónia de Cabinda em 2010. É, obviamente, um colonizador da confiança de José Eduardo dos Santos e que, de acordo com as instruções do regime, impõe a razão da força, estando-se nas tintas para uma coisa que não sabe o que significa: a força da razão.

Mawete João Baptista continua a exortar os militantes do MPLA no sentido de intensificarem as suas acções de mobilização das populações e, é claro, a manterem mais activas as estruturas de base nos bairros periféricos da cidade.

Tudo porque afinal, afirma Mawete João Baptista, ainda é preciso defender a paz e o progresso social, o que – está bem de ver - só é possível se o MPLA, que está no poder desde 1975, por lá fique aí mais uns… 50 anos.

Para mostrar a vitalidade do MPLA, Mawete João Baptista condecorou recentemente 24 militantes com as medalhas de 17 de Setembro, 10 com as de militante de Vanguarda 1º grau, 20 mereceram as de 2º grau, 30 com as de 3º grau e 34 as distinções de medalha de Deolinda Rodrigues e por último 12 com as medalhas militantes de Vanguarda - Hoji Ya-Henda.

Esta acção de Mawete João Baptista recorda-me, por exemplo, um seminário de formação de formadores, marcou o lançamento do programa de formação política e patriótica dos dirigentes, quadros, militantes e amigos da JMPLA e teve lugar também na colónia angolana de Cabinda.

Tal e qual como nos tempos da militância marxista-leninista do pós-independência (11 de Novembro de 1975), o regime angolano continua a reeducar o povo tendo em vista e militância política e patriótica. E tanto a militância política como a patriótica são sinónimos de MPLA.

Basta ver, mas sobretudo não esquecer, que o regime mantém, entre outras, a estrutura dos chamados Pioneiros, uma organização similar à Mocidade Portuguesa dos tempos de um outro António. Não António Agostinho Neto mas António de Oliveira Salazar.

Num Estado de Direito, que Angola diz – pelo menos diz – querer ser, não faz sentido a existência de organismos, entidades ou acções que apenas visam a lavagem ao cérebro e a dependência perante quem está no poder desde 1975, o MPLA.

Dependência essa que, como todas as outras, apenas tem como objectivo o amor cego e canino ao MPLA, como se este partido fosse ainda o único, como se MPLA e pátria fossem sinónimos.

Na acção então levada a cabo pelo regime na sua colónia de Cabinda, os trabalhos incidiram sobre "Princípios fundamentais e bases ideológica do MPLA", "Discurso do Presidente José Eduardo dos Santos na abertura do VI Congresso do partido", "Princípios fundamentais de organização e funcionamento da JMPLA" e " O papel da juventude na conquista da independência Nacional e na preservação das vitórias do povo angolano".

Nem no regime de Salazar se fazia um tão canino culto do regime e do presidente como o faz o MPLA, só faltando (e já esteve mais longe) dizer que só existem Deus no Céu e José Eduardo dos Santos na terra.

Não nos esqueçamos, por exemplo, que o regime tem comandantes militares cuja exclusiva função é a Educação Patriótica.

Tantos anos depois da independência, dez depois da paz, a estrutura militar continua a trabalhar à imagem e semelhança dos Khmer Vermelhos de Pol Pot.

Regressemos a Mawete João Baptista, um governador colonial que recentemente mostrou ao mundo que os colonialistas vão apostar no progresso de Cabinda.

Falando em Cabinda, afirmou que o programa do governo que visa a abertura de picadas em toda a extensão da colónia (ele, como Salazar fazia em relação a Angola, chama-lhe província), com destaque para os municípios do interior, demonstra a vontade do executivo em responder os apelos das populações visando o seu bem estar social e a sua inclusão social e segurança na sua mobilidade.

Mawete João Baptista apontou que é objectivo do Governo colonial criar cada vez mais as condições necessárias para as populações, sobretudo as que vivem em áreas de difícil acesso, para que se sintam também incluídos nos programas ajuizados pelo governo, nomeadamente, na saúde, na educação e no ensino, na água potável, na energia e em especial terem uma segurança total para o exercício das suas actividades no campo.

“Nós estamos gratos por esse esforço que corresponde com a alegria das populações nessas áreas”, disse Mawete João Baptista, para mais adiante sublinhar que a abertura das picadas inoperantes há mais de 30 anos, no caso de Alto Sundi - Sanda Massala (Belize), Quissamano - Necuto (Buco-Zau) e o melhoramento (asfaltagem) da estrada que liga a Comuna de Dinge (Cacongo) e a de Necuto (Buco-Zau), permitem hoje garantir o exercício cabal da administração do estado.

Mawete João Baptista indicou ainda que o governo colonial vai continuar a abertura de outras picadas ao longo de toda a fronteira com os dois países vizinhos os Congos Brazaville e RDC por formas a permitir que haja um melhor controlo das populações e da segurança.

“As nossas aldeias vão poder ser visitadas e beneficiar de programas do governo para seu bem-estar social. Teremos melhor segurança e evitaremos elementos que antes se aproveitavam para se instalar nessas aldeias isoladas devido a falta de estradas ou picadas onde preparavam acções contra as nossas populações já não o farão”, exortou o governador da colónia.

Apesar de mais de 70% das exportações angolanas de petróleo terem origem na sua colónia de Cabinda, o máximo que o regime colonial do MPLA dá ao povo são umas picadas por onde vão passar, é claro, os milhares de militares que lá tem e que – como força de ocupação – visam neutralizar qualquer tipo de resistência.
Fonte: Pagina Global

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Dias Dialupango - Esperanca


Cabinda - Ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação

«Terá Cabinda similitudes com Timor-Leste? E com o Kosovo? E com o Saara Ocidental?» são algumas das questões que o jornalista Orlando Castro pretende esclarecer com a obra «Cabinda - Ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação».

Com livro «Cabinda - Ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação» Orlando Castro espera que «tanto os ilustres cérebros que vagueiam nos areópagos da política portuguesa, como os que se passeiam nos da política angolana, leiam este livro com a atenção de quem, no mínimo, sabe que os cabindas merecem respeito»

Orlando Castro nasceu em 1954 na então cidade de Nova Lisboa (Huambo) em Angola onde iniciou a carreira jornalística e permaneceu até 1975. Em Portugal colaborou com vários jornais, com os jornais. Foi editor da secção de Economia no «Primeiro de Janeiro» e de 1991 a 2009, integrou a redacção do «Jornal de Notícias».

A obra será apresentada pelo jornalista Carlos Narciso a 29 de Abril na Casa da Imprensa em Lisboa.
Fonte PNN

domingo, 3 de abril de 2011

Camões Vs Ibinda

Olá pessoal!
Em primeiro lugar, gostariamos de agradecer o pessoal pela constante visita ao blog.
Hoje vamos falar da língua portuguesa. Um tema pouco discutido na província. Practicamente iremos abordar a fonética e não necessariamente a gramática.
Para quem conhece a história sabe que nem tudo é agora como antes fora. Estamos todos sujeitos à evolução em todos os sentidos, e a fonética de camões não foge a regra. Também podemos falar português da forma que nos convém.
O nosso Ibinda é totalmente diferente do português que hoje somos obrigados a falar, escrever e aprender. Nós ja nascemos a falar o Ibinda, com excepção aos nossos filhos. Para muitos cabindas que viajam para uma outra provincia de Angola lhes são constantemente diagnosticado o SPMF (Síndrome de Portugues Mal Pronunciado). Certos momentos são acusados de serem cidadãos congoleses, sem saber que as grandes vilãs dessas histórias são as letras 'R' e 'J' que não constam no nosso Alfabeto. Para a adptação e pronunciamento é muito complicado para muitos visto que somos a segunda geração que utiliza o português no dia-dia na nossa região.
Não vemos o caso de vergonha se ainda não conseguiu se adaptar ao pronunciamento dessas letras ou palavras em que elas constam, porque o nosso idioma é o Ibinda, e é dele que temos que ter orgulho.
No mundo afora existem outros povos na mesma situação que a nossa. Mas eles simplesmente não se curvaram perante a esta situação, e um dos mais conhecido exemplo são os irmãos do Brasil. Esses conceguiram transformar o portugês e possuem uma gramática e fonética bem diferente a do original. Dentre os brasileiros, os cariocas possuem também a sua particular pronúncia no 'R'.
Não é sinómino de analfabetização pronunciar mal o 'R' ou 'J' apenas é questão de hábito (chineses confirmariam)
Entretanto, também não cabe a quem o sabe pronunciar, julgar aquele que aínda está por fora. Nossa Cabinda não é de desintelectuais, mas sim uma província que evolui sem deixar de lado as suas raízes.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Euclides da Lomba - Desejo Malandro


10 coisas que talvés não saiba...

Todo mundo que se orgulha em ser cabinda, tende aprofundar mais o seu conhecimento geral sobre a nossa província. Mas há uma clara certeza de que talvés não saiba que:

1 - O rio Luali desagoa no rio Chiloango.
2 - Cabinda é a junção de três reinos.
3 - Os Bakamas não só existem no Tchizu.
4 - No reino do Loango também existia a casa de tinta.
5 - Noutrora o namoro era feito por correspondêcia através de parentes.
6 - O lago Massabi é o maior da provincia.
7 - Belize é o menor município de Cabinda.
8 - A fazenda Pinto da Fonseca fica na comuna do Dinge.
9 - A vila de Lândana antes se chamava de Guilherme Capelo.
10 -O corpo do General Pedalé foi exumado do cemitério da igreja Católica e transladado para a sua aldeia natal.

Com certeza aprendeu algo mais e não esquece de divulgar o blog!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Filho da terra - D. Paulino Fernades Madeca

Nascido aos 1 de Outubro de 1927 na aldeia de Povo Grande, D. Paulino Madeca foi um sacerdote e consequentemente o primeiro bispo da diocese de Cabinda. Foi ordenado padre em Luanda a 20 de Julho de 1958. A 1 de Outubro, com a criação da Diocese de Cabinda, foi nomeado Bispo de Cabinda. Em 2005 Paulino Madeca parte para a reforma e o nome indicado para seu sucessor abre uma crise sem precedentes na história da igreja de Cabinda e Angola. A posição de Madeca relativamente ao nome avançado é manifestado quando se recusa a estar presente na reunião extraordinária da CEAST, 31 de Maio de 2005, onde seria decidida a data da chegada do novo bispo a Cabinda, o qual não correspondia ao perfil designado na Carta de 1975 que apelava «à criação da Diocese de Cabinda onde o Bispo será autóctone».
Era tido como um dos grandes pilares da democracia na província e lutava por causas nobres e politicas.
Faleceu aos 9 de Janeiro de 2008 em Luanda. Rumores e conspirações na época apareceram dizendo que ás causas de sua morte eram obscuras. Dias antes o nosso ente-querido sofreu um leve Acidente Vascular Cerebral sem derrame cerebral.
Antes do seu desaparecimento físico, foi sucedido por D. Filomeno Viera Dias, que não foi bem recebido pela população local.
Deixou assim a província de luto e muita tristeza!
Em sua homenagem foi baptizada uma escola de base em 2001e foi erguida uma  estátua defronte a paróquia Imaculada Conceição.

Que a sua alma descanse em paz!